sábado, junho 25, 2005

Consiência Tributária e Cidadania.

Não acredito no Brasil. Não acredito que essa sociedade tenha alguma chance de desenvolvimento dentro da sua proposta social e estrutural. Enquanto o brasileiro não entender que paga imposto, e o quanto paga de imposto, vamos continuar navegando na rota da corrupção, da impunidade e da falta de comprometimento...

segunda-feira, junho 06, 2005

Internacional: Um não à constituição européia

Com os nãos francês e holandês à constituição europeia, o que era óbvio ficou claro: A Europa ainda não está pronta para viver sob uma constituição única - e não estará por um bom tempo.

A unificação da moeda européia ... já foi um passo enorme numa "intenção" de integração futura. Afinal, a complexidade operacional envolvida na troca de padrões monetários, matéria bem conhecida dos brasileiros, já é enorme. Passada essa difícil etapa, os países que aderiram à nova moeda perderam liberdade econômica, uma vez que não têm mais a mesma independência para operar política monetária, mas as estruturas nacionais e especificidades dos membros continuaram bastante preservadas.

A nova constituição, essa sim, traria mudanças estruturais. O grande problema é que a Europa continua extremamente heterogênea e não esteve, sequer, preparando-se para tais mudanças. Sem conhecer profundamente as questões estruturais dos países que integram o grupo, e que são ameaçadas pela nova constituição, pode-se afirmar seguramente que essa constituição está muito longe de tornar-se uma realidade...a não ser que se torne extremamente superficial e não ameace as idiossincrasias dos países membros.

Economicamente, que é o que interessa para o mundo afora, nada muda no curto prazo. O que causa surpresa é o nervosismo do mercado e as flutuações do Euro nos últimos dias. No que depender dos Estados Unidos, a matemática de seus déficits deve continuar pressionando o valor do dólar para baixo, ou para quem estiver do outro lado do balcão, o valor do euro para cima.

domingo, junho 05, 2005

Política: Apertem os cintos...

Passada a era Lula...ops!!! Ato falho.
A cada dia a sensação de que uma grande crise se aproxima (a galope) aumenta. Após as confusões de correios, IRB, Amazônia, etc., o Governo Lula/PT chega a um nível de desgaste realmente preocupante. As manchetes diárias sobre as atividades do governo para bloquear/abafar/eliminar/ou simplesmente tornar inócua a CPI dos correios dão uma idéia clara, e altamente desconfortável do que está para vir na cena política.

Nos últimos dias, também, os resultados de pesquisas eleitorais para 2006 trazem uma advertência clara para os governistas. Já vimos esse filme antes. No país da impunidade, o que preocupa é o grau de desespero a que o governante possa chegar. Bem ou mal, ainda temos 18 meses de governo Lula pela frente, e quanto pior a situação, maiores as chances de manobras extremas e resultados extremos, pelos quais, sem dúvida é o nosso bolso quem responde.

A questão não é se o Governo Lula/PT é mais ou menos corrupto do que a oposição, ou do que os governos que o antecederam. Parto do princípio de que os limites da corrupção, ou a falta deles são um fator cultural imposto pela sociedade. O que mais preocupa é a total ausência de ordem, organização, lógica ou coordenação nesse governo.

O próprio caso da CPI dos correios chegou a uma encruzilhada. Se a CPI acontecer e chegar aonde o governo tanto teme, ponto para a oposição. Se a CPI não sair, o governo será cobrado nas eleições, juntamente com a CPI do Waldomiro, que foi abafada. Mais uma vez, ponto para a oposição.

Aparentemente, a crise vem, e sem dúvida terá reflexos na economia. Porém, como tudo nessa vida tem um lado positivo, seus efeitos devem ser limitados. Para os pessimistas de plantão, infelizmente, vale lembrar que não existe mais a ameaça Lula/PT – uma das maldições que atrapalharam a economia brasileira nos últimos doze anos. O dragão veio, tomou o poder, e sua chama...bem, sua chama não fez nem fumaça.

Apertem os cintos...e boa sorte pra nós.

Cinema: A outra face da raiva



O filme foi uma grata surpresa. Mostra de uma forma bastante clara como nossas alegrias e desventuras estão muito mais nas nossas cabeças do que em nossas vidas de fato.

A história é um pouco monótona e o ritmo do filme chega a ser cansativo em determinados momentos. O que marca é uma total reviravolta nos momentos finais, que altera todo o contexto da história e torna claras as intenções e o caminho tortuoso desse roteiro.

No filme, uma mulher com quatro filhas, acorda um dia sem seu marido. Ela conclui que este a abandonou e fugiu com a secretária para a Suécia. A partir daí sua vida vira um misto de alcool, desespero e depressão. Em paralelo, podemos acompanhar o comportamento de cada uma de suas quatro filhas e observar a dinâmica de diferentes atitudes frente a uma mesma fatalidade, e o impacto disso em termos de "vida". Num determinado dia, provavelmente cerca de um ano após o tal marido ter evaporado, um simples fato, um fato absolutamente inquestionável, muda toda a história e o filme termina...mas é aí que começa a melhor parte...na sua cabeça, fazendo uma releitura do que você assistiu dentro da nova perspectiva oferecida.

Um convite à reflexão. É isso o que de melhor o filme proporciona. A essência do momento que vivemos (nossa atitude) parece ter origem na forma como internalizamos, registramos os fatos do dia-a-dia. Entre a ação e a reação existe o arbítrio (Victor E. Frankl – vale a pena ler sua história e idéias http://www.geocities.com/~webwinds/frankl/quotes.htm). Dessa forma, entendemos que nossa atitude perante a vida varia enormemente por detalhes absolutamente sutis. O grande problema, é que como resultado de nossas atitudes, nosso comportamento pode nos levar ao céu ou nos arruinar.

“Só o passado muda” (não sei quem escreveu). A possibilidade de mudança do passado, em si, não é grave. Grave é o que essas mudanças podem acarretar no resto do nosso passado, ou seja, toda a nossa vida – uma vez que o futuro não existe e que o presente vira passado antes mesmo de podermos observá-lo. Para quem viu o filme é inevitável o desconforto de entender claramente o alcance dessa frase.

Impecável a fala final do filme, com as considerações a respeito do que se passou. Nao saberia reproduzir tudo, mas em essência, diz que apesar de toda a subjetividade dos acontecimentos, a parte inequivocamente real da raiva é a pessoa na qual ela nos transforma.

quarta-feira, junho 01, 2005

Proposta

A proposta desse espaço é trazer opiniões ricas de pessoas inteligentes que definitivamente têm algo a dizer sobre assuntos que estão na pauta do nosso dia-a-dia.

O objetivo é ser uma alternativa às revistas, jornais e outras fontes de notícias que nos jogam assuntos diversos, tomam nosso tempo, e por fim nos deixam sem entender o que está acontecendo, porque está acontecendo e quais as questões fundamentais relacionadas a esses assuntos.